Quem conta um conto*...

Chovia muito quando chegámos a Barcelona. O céu estava carregado. Passou subitamente de um azul radioso a um cinzento pesado ao longo do voo de Lisboa-Barcelona. Quando chegámos a Lleida manteve-se o mau tempo, muito frio para os portugueses habituados a temperaturas mais amenas, um frio cortante para o qual não estávamos preparados. Contudo, certifiquei-me mais uma vez, que o tempo é apenas o tempo, mais casaco menos casaco, luvas e camisolas e tudo se resolverá, e que a simpatia genuína e os sorrisos abertos com que fomos recebidos pelas anfitriãs logo na estação desta pequena cidade na Catalunha seria infinitamente mais importante. Num projecto a tantas mãos, tantas línguas, tantas perspectivas diferentes da realidade, o tempo é apenas um pormenor. Contam as histórias que contámos, as vivências inesquecíveis e a experiência tão enriquecedora. Mesmo que não seja uma lenda ou um conto tradicional, recolhemos tantas experiências que histórias/estórias não nos faltarão para contar. Acrescentar-lhes-emos muitos pontos e este pontos constituirão as contas de que se compõe o fio colorido da vida. Obrigada a todos.

* Provérbio português: "quem conta um conto, aumenta um ponto".